Pressionando antes mesmo de começar a trabalhar, Rafa Benítez começou nesta quinta-feira sua passagem pelo Chelsea. Solução imediata diante a escassez do mercado europeu para substituir Roberto Di Matteo, o espanhol chegou a Stamford Bridge com o respaldo de Roman Abramovich, o status de queridinho de Fernando Torres, um currículo de respeito, mas sem a aprovação do torcedor. Em seu primeiro contato com a imprensa, porém, o novo comandante se mostrou confiante e ciente de que resultados serão fundamentais para conquistar o torcedor e garantir sua permanência após o fim da temporada – o contrato é de apenas sete meses.
- Estou preocupado em vencer. O mais importante para mim é que estou aqui porque quis. É um grande clube e que me permite competir por troféus todos os anos. Sempre me perguntaram o por que de não pegar outros clubes e sempre disse que estava esperando a certa oportunidade. Agora ela chegou. Não vou falar sobre tempo curto de contrato. O que tenho em mente é vencer os jogos. Vamos ver o que acontece depois - disse.
Durante toda a entrevista, o espanhol reforçou bastante que a possibilidade de vencer cinco troféus ainda nesta temporada foi o que o levou a Stamford Bridge: Campeonato Inglês, Champions League, Mundial de Clubes, Copa da Inglaterra e Copa da Liga. A competição do mês que vem, no Japão, porém, já foi tratada como prioridade. Não por ser mais importante que as outras, o motivo é simples: trata-se da conquista mais próxima e palpável.
Na primeira vez, perdi para o São Paulo, mas depois venci em Abu Dhabi com Inter de Milão"
Benítez, sobre o seu histórico nos Mundiais
- Já estive no Japão e aprendi algumas palavras (treinador arrisca algumas palavras em japonês). Agora, tenho mais uma grande chance. Na primeira vez, perdi para o São Paulo, mas depois venci essa competição em Abu Dhabi com o Inter de Milão. Sei o quanto essa competição é importante, especialmente para os clubes da América do Sul. Espero realmente vencer. É meu maior desafio por ser o primeiro, mas a Premier League também é um grande troféu, assim como a Champions.
Antes de colocar o foco no Mundial, Benítez tem uma pedreira pela frente já em sua estreia: domingo, às 14h (de Brasília), diante do líder Manchester City, pela 13ª rodada do Campeonato Inglês, no Stamford Bridge. Terceiro colocado, com quatro pontos a menos que os citizens (28 a 24), os Blues sabem que uma vitória no confronto direto é emergencial para não complicar consideravelmente a corrida pelo título. Complicada como já está a situação na Liga dos Campeões da Europa, onde detentores do troféu precisam vencer o Nordsjaelland, dia 5, em casa, e torcer desesperadamente para o Shakhtar despachar o Juventus, em Donetsk.
Compreensão e confiança para conquistar torcida
Os questionamentos de torcedores, que reprovaram em imensa maioria sua contratação, inclusive com protesto em redes sociais, foi encarado com naturalidade por Benítez. Experiente, o espanhol sabe que só as vitórias colocarão um ponto final nas dúvidas e disse estar tranquilo por chegar ao clube com os mesmos objetivos dos ainda “desafetos”.
- Tenho uma coisa em comum com os torcedores: quero vencer. Espero que eles fiquem felizes com minha mentalidade vencedora e saibam que vou fazer de tudo para vencer. Entendo que não seja fácil no início, que haja dúvidas, mas vamos ver qual será a postura no fim - afirmou.
Rafael Benitez foi demitido do Inter de Milão após a conquista do Mundial de Clubes (Foto: AFP)
Supostos comentários de Benítez na época em que comandou o Liverpool, dizendo que os Reds eram mais apaixonados e não precisavam de “distribuição de bandeiras ridículas” para demonstrar sua paixão, entraram em pauta. Sem querer fomentar a polêmica, o treinador nem confirmou nem desmentiu as palavras, mas fez sua defesa:
Por que falaria não? É um grande clube, com chances de conquistar grandes coisas. Não precisei pensar muito"
Rafa Benítez
- Honestamente, não lembro de alguns comentários, mas é preciso analisar o contexto. Enfrentamos o Chelsea em partidas decisivas, e, como treinador, tenho que fazer tudo para defender o meu clube. Não é desrespeito. Tenho certeza que os torcedores do Chelsea gostariam que eu fizesse o mesmo aqui.
O espanhol não acredita ainda que sua relação com a torcida do Liverpool fique abalada por conta de assumir o rival. Desempregado há quase dois anos – desde o Mundial de 2010 -, Benítez confessou mais de uma vez que sempre esperou por um convite de um grande europeu e tratou a oportunidade como irrecusável.
- Por que falaria não? É um grande clube, com possibilidades de conquistar grandes coisas. É a oportunidade que tanto esperei. Não precisei pensar muito. Após quase dois anos, apenas analisei os jogadores, o equilíbrio do elenco, e vamos lá.
Afinidade com Torres entra em pauta
Sem tempo a perder, Rafa Benitez já comandou o primeiro treinamento na tarde desta quinta, no centro de treinamento de Cobham, na Grande Londres. Uma das primeiras medidas do novo comandante azul é o retorno de Fernando Torres ao time diante do ManCity. Barrado por Di Matteo na derrota porá 3 a 0 para o Juventus, o centroavante é homem de confiança do compatriota espanhol, com quem viveu seus melhores momentos no Liverpool.
- Todos estão falando de Fernando Torres, mas posso dizer que o encontrei como encontrei todos no treinamento hoje e senti todos bem. Ele treinou muito bem, gostei de sua atitude, assim como de Oscar, Ramires, Azpilicueta. Todos estão dando o seu melhor e acho que podemos vencer coisas juntos. Conheço o Fernando, mas também conheço Ramires, David Luiz... Vamos tentar tirar o melhor de todos - contou.
De acordo com a imprensa inglesa, a saída de “El Niño” do time, diante do Juventus, foi um dos fatores preponderantes para que Abramovich optasse pela demissão de Di Matteo. Segundo publicações, o russo teria “orientado” o italiano a manter o espanhol no time. A postura do russo, por sinal, também foi comentada por Benítez, que garantiu não receber nenhum tipo de ordem ou recomendação sobre a formação da equipe.
- Ouvi: "Confiamos em você, o time está nas suas mãos e você pode fazer isso bem". Não me foi dito nada do tipo: "Faça isso ou aquilo". Tenho que saber o que fazer para vencer. Tenho experiência. Posso cometer erros, mas farei de tudo pelo melhor.
Por fim, o novo comandante se mostrou tranquilo também ao comentar o poder dos jogadores mais antigos do elenco no clube. Após um primeiro encontro, Benítez foi só elogios a nomes como John Terry e Frank Lampard, apesar de admitir que, em determinados momentos, os mais experientes realmente tomam partido em situações. Recentemente, tanto Felipão quanto André Villas-Boas foram demitidos dos Blues por conta de problemas de relacionamento com jogadores.
Luiz Adriano pede desculpas por gol polêmico: 'Não vi o início da jogada'
Um dia após Uefa anunciar que atacante pode ser punido por falta de 'fair play', Shakhtar publica comunicado com versão do brasileiro sobre o lance
O atacante Luiz Adriano usou o site do Shakhtar nesta quinta-feira para explicar o gol polêmico que marcou contra o Nordsjaelland na terça pela Liga dos Campeões, pediu desculpas pela atitude e prometeu respeitar sempre as "regras do fair play" a partir de agora.
A polêmica começou dentro de campo, foi para a internet e na quarta a Uefa comunicou que abriu um processo disciplinar contra o atacante por violar os princípios de conduta do código disciplinar da entidade (o julgamento será na próxima terça).
Luiz Adriano marcou três vezes na vitória de 5 a 2 sobre o Nordsjaelland, que garantiu o Shakhtar classificado às oitavas de final da Champions. No primeiro gol, o brasileiro dominou a bola sozinho, sem marcação, driblou o goleiro e balançou a rede. As críticas surgiram porque o "lançamento" do companheiro Willian aconteceu em um lance de "fair play" ("jogo limpo"): o ex-corintiano deu um chutão para a frente, como se devolvesse à bola ao time dinamarquês, depois de o árbitro ter interrompido a partida para atendimento de dois atletas no campo.
Após o gol, jogadores do Nordsjaelland cercaram Luiz Adriano e quase começaram uma briga. O técnico do Shakhtar, Mircea Lucescu, pediu desculpas após à partida sobre o incidente, mas, pelo Twitter, o ex-atacante colorado provocou mais ainda os rivais:"Choro é livre", escreveu o atleta em sua conta oficial (o post foi apagado no dia seguinte).
No comunicado divulgado pelo Shakhtar nesta quinta, Luiz Adriano afirma que não percebeu no momento do lance que tratava-se de devolução da bola ao Nordsjaelland e que sua "função" é fazer o gol, já que é atacante.
Confira o pronunciamento do ex-jogador do Internacional:
"Eu não vi o início da jogada porque estava de costas para a bola e de frente para o gol do adversário, me encontrava na área de ataque e não dei conta do que havia acontecido na nossa metade do campo. Estava muito focado no jogo e quando a bola caiu perto de mim e os zagueiros não reagiram, eu me lancei a ela, fintei o goleiro e marquei. Afinal essa é a minha função – eu sou atacante! Mais tarde, quando assisti ao vídeo da jogada e conversei com os meus companheiros, entendi o que tinha acontecido e alterei por completo a minha opinião sobre o episódio. Lamento muito que isto tenha acontecido, peço desculpas a toda a torcida do Shakhtar e à UEFA. Nunca havia se passado comigo nada assim, eu sempre respeitei, respeito e vou continuar a respeitar as regras do fair play. Mais uma vez, peço desculpas pelo sucedido e prometo que uma coisa destas não volta a acontecer de novo. Vou me concentrar mais e ficar mais atento no campo e vou respeitar plenamente as regras do fair play".
Última rodada vai ter três vagas em jogo: veja a situação grupo a grupo
Com o Chelsea em situação complicada, seis equipes ainda buscam um
lugar nas oitavas de final da Champions. Mas há quem brigue pela ponta
Ainda falta uma rodada, mas quase tudo já está definido na fase de grupos da Liga dos Campeões. Das 16 vagas em jogo para o mata-mata, restaram apenas três após a disputa deste meio de semana, e Juventus xChelsea, Benfica x Celtic e Galatasaray x Cluj são duelos particulares para quem ainda sonha com o título mais importante do Velho Continente. De resto, é saber quem avança às oitavas na liderança de suas respectivas chaves ou quem pega o prêmio de consolação e belisca a vaga na Liga Europa, destinada ao terceiro colocado de cada grupo.
E não há como deixar de notar a zebra que passeou pelos gramados do Velho Continente neste semestre. Apesar de ainda estar na disputa, o atual campeão Chelsea está à beira da eliminação e até trocou de comando técnico após a derrota para o Juventus na última terça-feira – saiu Di Matteo e entrou Rafa Benítez. O Manchester City, um dos favoritos, já caiu fora. Até os maiores vencedores da Champions, Real Madrid e Milan, com nove e sete conquistas, respectivamente, só passaram às oitavas na segunda colocação de seus grupos.
O GLOBOESPORTE.COM irá transmitir o duelo decisivo entre Chelsea e Nordsjaelland, no dia 5/12, às 17h45m (de Brasília), pelo Grupo E da Liga dos Campeões
O regulamento da Liga dos Campeões colabora bastante para o alto número de definições já nesta quinta rodada. Como o confronto direito é o primeiro critério de desempate, o líder do Grupo E, Shakhtar, por exemplo, não pode mais ser alcançado pelo terceiro Chelsea, mesmo que a equipe inglesa tenha três pontos a menos e ainda possa se igualar aos ucranianos.
Além de Real Madrid e Milan, outras 11 garantiram seus lugares nas oitavas de final: Porto, PSG, Schalke, Arsenal, Málaga, Borussia Dortmund, Shakhtar Donetsk, Bayern de Munique, Valencia, Barcelona e Manchester United. Confira como está a disputa chave a chave.
Grupo A (Porto, PSG, Dínamo de Kiev e Dínamo Zagreb)
Falta apenas saber quem vai passar como líder da chave. Já classificados, PSG e Porto duelam na França daqui a duas semanas. Em vantagem na tabela, o Porto pode empatar, ainda que vá jogar na condição de visitante. No outro jogo da chave o Dínamo de Kiev, garantido na Liga Europa, visita o xará de Zagreb apenas para cumprir tabela.